VELHA RAPOSA DIZ QUE EQUIPA TERIA FEITO MELHOR COM TÉCNICO QUE A SOUBESSE MOTIVAR
Quando um técnico regressa, todos os adeptos pensam que ele vai ganhar qualquer coisa outra vez.” Para Giovanni Trapattoni, o último treinador campeão no Benfica, José Antonio Camacho cometeu erro capital quando retornou ao Estádio da Luz. Em entrevista à Sport TV, a Velha Raposa vincou esta posição traçando paralelismo com a sua carreira. “Às vezes penso que posso também regressar um dia. Mas a vida não anda para trás. Tenho um nome a defender e toda a gente pensa que eu ganho sempre. Todavia, isso não acontece por sistema”, sublinha, sustentando: “A pressão no Benfica é enorme.”
Mas, e apesar destas contingências, Giovanni Trapattoni é da opinião que o actual plantel das águias tinha condições para outros voos. “Esta equipa, com um bom treinador, que saiba motivar os atletas, podia lutar com o FC Porto embora não tenha jogadores melhores do que os que tive. Mas eu acho que o clube, com maior tranquilidade, poderá voltar a ombrear com o FC Porto”, diz, reiterando que os encarnados são já “uma bela equipa”.
Acreditar
Motivação, portanto, é palavra chave tanto para Camacho como para Trapattoni. O segredo para conseguir congregar personalidades em torno de objectivos reside no respeito. Foi desta forma que “Trap” conquistou o título para o Benfica. “Acho que tivemos um pouco de sorte, mas também tínhamos jogadores importantes como o Simão e o Nuno [Gomes] que acreditaram nos meus treinos e na minha mentalidade. Quando isso acontece, pode fazer-se muito!”, assegura a Velha Raposa que não esquece os altos e baixos da época vitoriosa na Luz.
“Tive momentos difíceis, nomeadamente em Dezembro. Mas depois, ganhámos ao Sporting para a Taça e Lisboa parou. Nesse momento, senti que tinha a confiança do clube, de todos.”
Presidente
Por estas palavras se percebe que Luís Filipe Vieira foi âncora para a estabilidade. “Não posso dar conselhos ao Luís Filipe Vieira. Foi muito carinhoso comigo. O José Veiga também, até porque me trouxe para o Benfica. O Álvaro [Magalhães] ... enfim, todos me ajudaram”, relembra o treinador transalpino. “E”, ressalva Trapattoni, “quando um técnico ganha é um somatório de várias coisas. Ganha por causa do presidente, do clube e dos jogadores.”
Quebra
Ainda assim, e recordando “os momentos inacreditáveis” que viveu no Benfica, Giovanni Trapattoni decidiu abandonar o comando no Estádio da Luz. “Quando temos de tomar uma decisão, temos de tomá-la! Até podia ter ficado... Mas pensei na minha família. Mas não se pode olhar para trás e decidi partir, ter outras oportunidades para conquistar novos títulos”, confessa o multititulado italiano.
A opção de deixar o Benfica baseou-se em factores pessoais mas, também, profissionais. “Trap” recorda terem existido algumas nuances que reforçaram a sua posição: “Houve muitas dúvidas em relação ao futuro. Muitos dos jogadores que actuavam no Benfica, eram da América do Sul e de África e não estava garantida a continuidade.”
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