domingo, 17 de outubro de 2010
um texto histórico e fabuloso de António Pedro Vasconcelos contra os Ruis Oliveiras e Costas e Dias Ferreiras deste país....
Perante o silêncio cúmplice com que a Direcção do SCP e a maioria dos comentadores afectos ao clube de Alvalade acompanharam, nestes últimos anos, os castigos do processo do Apito Final e as absolvições do Apito Dourado, muitas vezes me tenho perguntado: será que já não há sportinguistas decentes, que não confundem o RIVAL com o INIMIGO?
Nestes últimos anos, depois de Dias da Cunha ter denunciado o SISTEMA e ter chamado os bois pelos nomes, a cumplicidade com o FCP por parte das direcções que se lhe seguiram (Filipe Soares Franco e, agora, Bettencourt) foi demasiado evidente: o inimigo era o Benfica e tudo o que servisse para atacar o Glorioso era bem-vindo, nem que para isso tivessem que pactuar com a batota e associar-se ao clube cujo presidente se gaba de ter deixado Bettencourt de mão estendida e lhes levou o Ruben Micael, o Moutinho e mesmo o treinador que eles julgavam que iam exibir este ano como um D. Sebastião: o Villas-Boas. E tudo o Porto levou!
A cumplicidade era tão grande que houve quem julgasse que a sigla SCP queria dizer Sporting Clube do Porto! Até ao ano passado, o SCP calou-se: não comentou os escandalosos resultados do Processo, não falou das escutas, pactuou com arbitragens indecentes, porque teve o segundo lugar garantido, e porque alguns sportinguistas sem brilho nem brio preferiam um segundo lugar várias vezes do que um primeiro de vez em quando! Desde que o Benfica ficasse atrás! Esta cegueira e esta obsessão reduziram o nosso grande rival a um clube de bairro, mergulhado numa crise de onde não se vê como vão sair, condenado a disputar um lugar na Europa ao Braga, ao Vitória de Guimarães ou ao Marítimo.
Mas, desde o ano passado, a coisa ganhou foros de delírio. Perante a evidência de um futebol brilhante, um treinador vitorioso e uma equipa confiante e ganhadora, que passeava a sua superioridade e sua classe pelos relvados, e que, sem batota, teria deixado os outros clubes muitos pontos atrás, era preciso arrasar o RIVAL, apoiando a vergonhosa campanha do FCP, matraqueada todos os dias com mentiras repetidas sobre os túneis e o andor, e que, à falta de argumentos, ressuscitava a indecorosa campanha contra o Calabote e reeditava a caluniosa campanha do “Clube do Regime”!
Nos tempos da Guerra Fria, os comunistas chamavam, com desprezo, aos que os apoiavam sem pedir nada em troca os “Idiotas úteis”. E, desde o ano passado, houve comentadores que se prestaram miseravelmente a essa vassalagem.
Ora, de há umas semanas para cá, quiçá por efeito da divulgação das novas escutas, houve alguns sportinguistas que acordaram e devolveram a decência à instituição: foi o caso do Jorge Gabriel, do Daniel Oliveira, do Alfredo Barroso e do José Diogo Quintela, que assinaram nos jornais e proclamaram na rádio que as escutas os indignavam e que, ao contrário do que outros vendem, a equipa do Sporting também foi prejudicada por arbitragens viciadas que a afastaram do título em épocas recentes. Aleluia! É tempo de os sportinguistas, mesmo que a sua Direcção se cale, perceberem que só poderão voltar a ser um grande clube quando a VERDADE DESPORTIVA voltar ao futebol, e isso implica aliar-se ao Benfica na luta pela independência dos órgãos que irão superintender à Arbitragem e à Disciplina e à decência dos seus membros, na próxima estrutura da Federação!
Sem isso, os nossos clubes vão continuar a ter que redobrar o esforço desportivo e financeiro para ganhar no campo contra todas as forças que, dentro e fora dele (a violência à volta dos estádios, os corredores do poder, os túneis, o apito e as bandeirinhas) fazem todos os possíveis para incendiar Lisboa e manter o poder no Norte.
ACORDEM LEÕES! OU SERÁ QUE ACHAM QUE, PARA ELES, VOCÊS NÃO SÃO MOUROS?!
António Pedro Vasconcelos
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5 comentários:
Confesso que o APV nas últimas semanas me tem surpreendido pela positiva.
Tem sido extremamente acutilante nas acusações à agremiação corrupta do norte!
Esperemos que assim continue!
O texto do A-PV está divino agora o teu apelo é que se mostra impossível: como pode, algo que está morto, acordar?
Por acaso li o artigo no Master Groove, fui o primeiro a comentar lá, mas está sem dúvida fenomenal.
O cancro desta treta toda está, mais que no Porto, no Sporting que só nos quer ver mal, ou melhor, pior que eles, e não que eles estejam bem. Podem estar mal, conquanto que o Benfica esteja pior, e para isso apoiam o Porto, nos últimos anos, a deitar-nos abaixo.
O cancro são os Ruis Oliveira e Costa deste país...
Abraço
Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera
Bimbosfera.blogspot.com
Não acho que o Sporting seja o principal cancro mas lá que são uns tristes lá isso são. O cancro assim mais desenvolvido, é o Porto e a comunicação social duma forma geral. Depois vem o Sporting que, não se percebe porquê, se contenta com migalhas.
É que se ganhassem algo e não tivessem feito figuras tristes na Liga dos Campeões ainda percebia.
Cara Isabel, pode parecer estranho falar do Sporting e não falar do Porto, mas é o seguinte, o Porto é como é, e o Sporting há muito que deixou de querer ganhar o primeiro lugar. A frase de Soares Franco, sobre valer mais 2 segundos lugares do que um primeiro é sintomática do que se passa em Alvalade. É tudo «gestor», e deixaram de querer a excelência. Conhece a frase «o bom é inimigo do óptimo»? É o que se passa lá, e para tal os Sportinguistas embarcaram numa viagem onde ser só anti-Benfiquista chega, como se viu do Costinha ao Público, creio, e mesmo do próprio JEB, por outras palavras. No post original comentei e expliquei um pouco mais do meu ponto de vista, se quiser aparecer lá no blog do Master Groove.
Quando eles quiserem também ganhar o primeiro lugar, serem os melhores, somos melhores que todos em Portugal, enquanto não quiserem, será difícil ao Benfica bater-se contra Porto, Sporting e arbitragem juntos. Mesmo que eles digam que são prejudicados (Sporting).
Abraço
Márcio Guerra
P.s.- Há ainda outra frase, «dividir para reinar», que é um pouco o que o Porto quis fazer, dividir o país, dividir a hegemonia que tínhamos, para se chegar à frente. Claro que nas costas «une» tudo o que é Federação, Liga, Arbitragem, etc... Abraço.
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