Não duvidemos de que ele bem se esforçou para disfarçar no jogo com o Guimarães, desviar as atenções da direcção e de Jorge Jesus, mas os seus esforços foram, lamentavelmente, em vão.
O que são dois foras-de-jogo inexistentes mais dois penalties por assinalar, mais alguns amarelos absurdos mostrados a jogadores do Benfica, perante a ineficácia do ataque, somada à incompetência da defesa?
E à insegurança (uma vez mais) de Roberto? Pode ser muito – e é -, mas sabemos, desde a época passada, que para o Benfica ser campeão tem de convencer toda a gente, incluindo o árbitro adversário, da justiça de cada vitória, a cada jornada.
Já se desconfiava: desde o início da época, teria de provar que mereceu o título da época passada e contornar um sistema que há décadas foi erigido para que um clube, apenas um, seja campeão: o FCP.
Houve interregnos, porque o Padrinho também erra e convidou alguns treinadores de eficácia mais que duvidosa para conduzir a equipa ao seu lugar natural.
O Sporting aproveitou, o Benfica também, e até o Boavista conseguiu alguma coisa.
O Braga, lamentavelmente, não irá lá chegar.
Primeiro, porque Domingos é um homem da casa que atraiçoou a sua origem (e talvez por isso não marcaram o penalty no jogo desta jornada) e, segundo, porque esta é a época de regresso, dê por onde der.
Em quatro jornadas, quatro penalties por marcar contra o FCP, mais alguns por marcar a favor do adversário destes, mais o jogo de sexta-feira, um clássico demonstrativo de como funciona o futebol em Portugal.
Mas, repito, a culpa é dos dirigentes do Benfica, que deviam saber que, para ganhar o campeonato, a equipa tem de vencer mais do que os adversários que lhe calham em sorteio, e esqueceram-se de preparar esta época tendo isso em mente.
Foi assim o ano passado, e nada mudou desde então.
É a vida.
O Roberto é uma desculpa para a impotência perante hábitos de décadas.
Agora, é lamber as feridas, mas não se conte com abertas.
Depois de um campeonato mais do que justo e da suspeição que foi levantada, tudo será feito para que seja impossível a repetição da história.
Habituem-se.
in 'Arrastão'
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