O que importa é que aqui estou eu, Míster, a assumir o meu lapso. Podia perfeitamente resolver este problema da mesma maneira com que resolvemos os nossos conflitos com a comunicação social, e entrar em blackout com o Além. Bastava colocar aquela senhora inglesa do programa da Júlia Pinheiro a fazer de segurança à porta da sala de imprensa das Antas. Mas não, prefiro estar aqui, num sincero ato de contrição, a falar consigo. E isto não é nada fácil para mim, até porque esta situação faz-me lembrar o clube lampião. Esta época, se quiser falar com o Benfica, também tenho que olhar para cima.
Uma das coisas que mais me entristecem é o facto de muita gente ter considerado de mau gosto eu ter usado a memória de um falecido, com o objetivo de lançar recados para o interior e o exterior do FC Porto. Mas, peço que acredite, eu não tinha remédio: é que cada vez que falo com pessoas que estão vivas, as conversas vão parar ao YouTube. Resta-me despedir e esperar que um dia nos voltemos a encontrar. Se bem que não estou muito confiante que consiga juntar-me a si, aí em cima. Tenho a sensação de que o Purgatório não funciona como a comarca de Gondomar: lamentavelmente, lá as escutas são admissíveis.
by o Glorioso Miguel Góis in 'Record Online'
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