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terça-feira, 24 de agosto de 2010

o ataque a Vieira visto pelo José Marinho...

Um aviso aos benfiquistas

A recente publicação - como sempre anónima - de um post, num outro blogue benfiquista, sobre a forma como alegadamente o presidente do Benfica não consegue separar negócios pessoais com interesses do clube, leva-me a contar um episódio, que se passou, num dos últimos dias, que antecederam a realização do anterior acto eleitoral do Benfica. Se bem se lembram, uma decisão de um Tribunal da Comarca de Lisboa, decretou uma providência cautelar que impedia que o presidente recandidato se apresentasse a eleições. Nessa mesma noite, o Movimento Benfica Vencer Vencer, que já tinha tomado a decisão de não se apresentar a eleições, pelas razões que todos conhecem, reuniu-se para debater a situação no clube e, sobretudo, a iminência de Bruno Carvalho se apresentar sozinho a eleições.

O mesmo Bruno Carvalho que, meses antes, suplicara pelo apoio de algumas das figuras emergentes do Movimento e que, depois, em campanha, acabou por escarnecer de algumas delas, para ganhar os votos fáceis de meia dúzia de apaniguados. O que é verdade é que a situação chegou a parecer assustadora, porque, no limite, escolher entre Luis Filipe Vieira e Bruno Carvalho, por muito que isso pudesse doer a alguns dos integrantes do Movimento, nem devia ser motivo para hesitar.

Acontece, porém, que essa reunião, mais do que qualquer outra, foi, para mim e outras pessoas que iniciaram o Movimento, esclarecedora. De um lado, os que defendiam, como eu, que tínhamos de avançar, se o tribunal confirmasse a impossibilidade de Vieira se recandidatar e, do outro, todos aqueles que estavam no Movimento, por ressentimento puro, contra o presidente do clube.

Como sabem, nunca escondi que não simpatizo com Luis Filipe Vieira. E até tenho razões pessoais para não simpatizar. Quando fui director de comunicação do Vitória de Guimarães, cheguei a pedir ao presidente do clube, autorização para não estar presente no jantar de direcções, num jogo entre ambos os clubes, para não ter de cumprimentar o presidente do Benfica. Fi-lo, porque não sou hipócrita e porque sei que a antipatia é mútua e, portanto, não gosto de disfarces de circustância.

Mas não confundo as coisas. O facto de não gostar pessoalmente de Luis Filipe Vieira, não pode legitimar qualquer espécie de ataque ao Benfica. E o que se discutiu, nessa noite, insisto por ressentimento puro, foi um ataque ao Benfica, porque algumas dessas pessoas, achavam que o Movimento não devia fazer nada, deixando que Bruno Carvalho se candidatasse sozinho e até apoiando juridicamente a insistência do candidato em ganhar as eleições na secretaria, permitindo que um novo aventureiro chegasse à presidência do Benfica, depois de Vale e Azevedo.

Recordo nessa noite a intervenção de Fernando Tavares, sempre uma das pessoas mais lúcidas do Movimento, ameaçando que ele próprio terminaria a sua intervenção ali mesmo, nessa noite, se algumas pessoas insistissem em confundir estratégia eleitoral com vinganças pessoais. Outras pessoas, como o médico João Varandas, o juiz Rui Rangel, alertaram para os perigos que seria deixar Bruno Carvalho sozinho, nas eleições. Pelo que, pela noite dentro, foi fácil encontrar uma larga maioria de benfiquista que decidiu ir a votos, se se confirmasse, no dia seguinte, a indisponibilidade de Vieira.

Conto isto, porquê? Porque Vieira tem muitos inimigos, demasiados inimigos. Muitos deles, por culpa própria, porque não dá valor às pessoas e a uma coisa que dificilmente se perdoa...lealdade. E muitos desses inimigos não lhe perdoam, até ao dia em que o virem sair do clube. Para mim, como sabem, isso pode nem ser uma tragédia, desde que o clube fique em boas mãos. E por isso é que os benfiquistas devem ser cuidadosos com a leitura que fazem do muito que é escrito, na imprensa e sobretudo nos blogues.

E principalmente, devem manter o sangue-frio, porque, curiosamente, estas coisas só acontecem quando o Benfica perde. E quando acontecem, tudo parece concertado. Há demasiados interesses à volta do Benfica, há demasiado ressentimento à volta do presidente do clube e, no meio, os benfiquistas que são muitos, são intolerantes com a derrota e influenciáveis com o desânimo.

Para tudo isto, há um remédio. É fazer o que eu faço e outros benfiquistas que conheço. Apoiar a equipa, apoiar o treinador, os jogadores e acreditar que ninguém perde campeonatos em Agosto. Quanto ao resto, acreditem no que vos digo, não se metam numa guerra que não é vossa. E nunca perder de vista que o adversário está situado a Norte e está a recuperar forças, enquanto os benfiquistas se divertem com este actual espectáculo fracticida, que ameaça dividir o clube e estagnar as conquistas.

José Marinho in 'Mágico SLB'

2 comentários:

  1. Parece-me um ataque direitinho ao Moniz que vem agora por a cabeça de fora.

    parece-me justo, Moniz n pode querer aparecer com o "salvador da honra" quando antes se cortou a ir a votos.

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  2. O último parágrafo diz realmente tudo, mas atenção quando se tem de criticar não me vou imiscuir.


    http://forcamagicoslb.blogspot.com/2010/08/liga-dos-campeoes_25.html

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