Quando, se a normalidade reinasse (triunfo no Algarve, disponibilidade durante a semana de Ramires e David Luiz e possibilidade de utilização de Aimar, Di María e Fábio Coentrão), o factor casa catapultaria a equipa de Jorge Jesus para uma vantagem teórica prévia, acabou por verificar-se que a exigência passou a estar focada no labor dos portistas, que nos últimos dois meses mostraram um constante crescendo de forma.
Foi esta situação que o Benfica manejou, ao longo da semana, melhor do que o FC Porto, passando para o exterior a ideia de que só através de muita abnegação podia chegar a um resultado positivo, frente a um opositor na plenitude dos recursos.
A apenas um ponto dos encarnados, foi curioso verificar como uma equipa com o traquejo do FC Porto acusou a responsabilidade de ser favorita, entrando de pernas pesadas e até algum conformismo, sendo este sentido especialmente na recta final quando os pupilos de Jorge Jesus jogaram com o relógio, impondo um ritmo tão lento quanto possível e os tetracampeões nacionais não tiveram, então, alma até Almeida.
Ao longo da semana Jesus disse que não contava com Ramires e Aimar; do Dragão vieram respostas sintomaticamente curiosas, que aludiam a um bluff . Afinal, Ramires jogou preso por arames (que rebentaram) e Aimar nem isso. Noutras épocas, nunca o FC Porto se mostraria preocupado com quem jogava ou deixava de jogar pelo adversário.
E foi aí que o Benfica começou a ganhar o jogo.
José Manuel Delgado in A Bola
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