As realizações de que Jorge Jesus mais se gaba, no Benfica, já se sabe, não são os títulos, mas a construção de equipas capazes de atingir elevada “nota artística” e que sirvam de engodo a audiências sedentas de futebol-espetáculo; e ainda a fabricação de grandes craques que alimentem os cofres da Luz de mais-valias pujantes para a banca de crédito ver.
Só assim, e depois de três épocas a jejuar, o treinador do Benfica foi capaz de se manter ao leme, mesmo contra a vontade de uma administração vencida pela vontade de Luís Filipe Vieira em preservar o seu “Alex Ferguson”. Mas em 2013/14 a coisa pode fiar mais fino.
Pela primeira vez Jorge Jesus tem todos os ingredientes para fazer uma boa equipa... menos um. Melhor, menos dois. Há defesas-centrais de boa qualidade, em número mais do que razoável; chegaram laterais que não são adaptações e podem dar a consistência defensiva que faltou em muitas ocasiões. Existem, mais uma vez, extremos em doses industriais. E não faltam os “armandinhos” que animam a geral com um repertório de “números” de grande estilo, com Lazar Markovic à cabeça.
O jovem sérvio, de 19 anos, recrutado ao Partizan, pode vir a ser uma das figuras do próximo campeonato se JJ der por bem aproveitadas as duas experiências que já fez: pelo centro, com espaço, Markovic será um caso sério; a partir da esquerda terá menos para oferecer à equipa. E há também Djuricic, que afinal é mais 10 do que se supunha e muito menos 9,5 do que eventualmente desejaria o treinador do Benfica.
O que falta, então, se há tanto e tão bom? Está na cara que as águias estão em défice na relação com o golo. Para além dos habilidosos, falta um matador, um goleador, um avançado... um Cardozo. Porque sem ele até parece que Lima desaprende de jogar, fica falho de acutilância e eficácia.
Sem um marcador, o espetáculo perde chama e qualquer Peñarol empata a equipa-maravilha. A que também falta um guarda-redes fiável.
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